Podcast Rio Bravo

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com José Álvaro Moisés, cientista político e professor do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. Na entrevista, o cientista político comenta os 100 primeiros dias da administração Jair Bolsonaro. Para o entrevistado, a avaliação do governo está abaixo do que se esperava por conta das expectativas criadas ainda no período em que o atual presidente era candidato. “O governo fez muitas promessas e foi muito pouco efetivo, ao longo desses 100 dias, em relação a esses compromissos”, analisa. Em outro trecho da conversa, José Álvaro Moisés chama a atenção para a frágil articulação entre Executivo e Congresso: “Há uma retórica que tem sido mantida principalmente pelo presidente Jair Bolsonaro da velha e da nova política. É evidente que isso acabou desqualificando setores do Congresso, que se sentiram acusados em relação a essa imagem proposta pelo presidente”. Entrevista gravada em 11 de abril de 2019.

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com Roberto Nishio, presidente da Fundação Kunito Miyasaka. Na entrevista, Nishio fala sobre o Parque Ecológico Imigrantes (realização da Fundação Kunito Miyasaka), um equipamento com mais de 480 mil metros quadrados que pode ser entendido como a mais perfeita tradução de cuidado com o meio ambiente e com a Mata Atlântica. Nesse sentido, além de destacar as características estruturais do parque, inaugurado no fim de 2018, o entrevistado comenta a importância da educação ambiental, um dos pontos norteadores da experiência de quem visita o espaço. “O Parque Ecológico Imigrantes é um presente em agradecimento aos 110 anos da história da imigração japonesa, principalmente ao acolhimento que foi dado aos nossos ancestrais”.

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com Avigdor Scherz, pesquisador do Weizmann Institute of Science. Na entrevista, Scherz fala sobre uma das principais descobertas da história recente da luta contra o câncer: um novo método para o tratamento de tumores de próstata em estágio inicial. Com essa abordagem, o tecido cancerígeno é destruído sem prejudicar o que está saudável. Avigdor Scherz, que é um dos criadores dessa solução, comenta os detalhes desse tratamento, destacando, também, a importância do ambiente do Weizmann Institute para a realização da pesquisa. (Podcast em inglês)

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com Pedro Fernando Nery, que é doutor em economia e consultor legislativo. Quase cem dias depois do início do governo Bolsonaro, não resta dúvida de que a reforma da Previdência aparece como a principal medida econômica dessa administração. Nas últimas semanas, o governo apresentou suas propostas para o Congresso e desde então muito tem se debatido acerca do alcance dessa iniciativa, bem como da sua viabilidade e da sua legitimidade. Além de destacar minuciosamente os principais pontos da Nova Previdência, Pedro Fernando Nery é bastante assertivo: “Não existe solução fora da reforma".

Podcast 532 – Daniela Pinheiro – A hora e a vez das mulheres nos postos de comando do jornalismo by Rio Bravo

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com Celina Turchi, uma das principais pesquisadoras em atividade no Brasil. Na entrevista, Celina fala a respeito da sua trajetória, assim como resgata alguns dos momentos decisivos de seu trabalho, quando, em 2016, esteve à frente do Grupo de Pesquisa de Epidemia de Microcefalia. A propósito disso, em 2017, a cientista foi eleita uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, de acordo com a revista “Time”. Celina Turchi faz questão de ressaltar a importância do apoio que veio de dentro de casa: “O fato de os meus pais perceberem a formação universitária e os progressos da educação como um evento maior fez com que eu tivesse apoio de outras mulheres da família”. Entrevista gravada em 6 de março de 2019.

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com Bruno Paes Manso, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência, da Universidade de São Paulo. Na entrevista, o pesquisador comenta o projeto de lei anticrime, apresentado no último mês de fevereiro pelo ministro Sergio Moro. Para o entrevistado, o projeto deixa a desejar porque não contempla as possibilidades que a agenda da segurança pública tem demandado. Nas palavras do pesquisador: “O ministro precisa olhar toda a complexidade dos instrumentos com os quais ele trabalha, que passa pela inteligência policial, pelas prisões e pelos investimentos nesses sistemas”. Em outro momento da entrevista, Bruno Paes Manso analisa o atual momento do Primeiro Comando da Capital, cuja cúpula recentemente foi transferida para presídios federais. “O PCC nunca esteve tão forte economicamente como hoje e a minha impressão é de que a transferência não muda muito o cotidiano da ampla rede de venda de drogas que vem se consolidando”. Entrevista gravada em 28 de fevereiro de 201

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com Ney Franco, técnico de futebol que esteve à frente da Seleção Brasileira sub-20 em 2011, quando o Brasil ganhou o sul-americano sub-20 e o campeonato mundial da categoria. De lá para cá, no entanto, a Seleção Brasileira sub-20 vem enfrentando um longo período sem vencer a competição da América do Sul e sequer tem participado do torneio mundial. Como é que chegamos a esse ponto? A explicação, observa Ney Franco, envolve vários fatores, e um deles tem a ver com a ausência de preparação mais calculada nas categorias de base. “Hoje não existe nos clubes brasileiros um planejamento na formação de atletas a longo prazo". Já em outro momento da entrevista, Ney Franco comenta o episódio ocorrido no Ninho do Urubu, destacando o seguinte: “O futebol acaba sendo uma extensão da nossa sociedade, e hoje nós sabemos que vários setores da nossa sociedade funcionam precariamente”.

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com Ogari Pacheco, médico e cofundador do Laboratório Cristália. Na entrevista, Pacheco fala sobre a origem e a trajetória recente do Laboratório Cristália, que hoje se define como um “complexo industrial farmacêutico, farmoquímico, biotecnológico, de pesquisa e inovação 100% brasileiro”. Nas palavras do executivo, uma das chaves para compreender o bom desempenho da companhia está na estratégia de austeridade: “Consegui convencer os acionistas, os cotistas, a distribuir apenas 10% do lucro do laboratório – isso não sem alguma chiadeira inicial, mas logo todo mundo se acomodou.” Como consequência, prossegue o entrevistado: “Nós temos dívida zero em banco, investimento zero de terceiros, ou seja, tudo de capital próprio. E temos investido na rota inversa dos laboratórios nacionais”. Assim, em vez de seguir a trilha dos genéricos, Ogari Pacheco revela que o Laboratório Cristália preferiu o caminho mais complexo. “Ao solucionar o que era difícil, nós passamos a ter p

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com Bruno Carazza, mestre em economia pela UNB e doutor em direito pela UFMG. Na conversa, Carazza comenta o perfil do novo Parlamento, que apresentou seu cartão de visitas ao longo dos últimos dias. Para o entrevistado, dada a fragmentação deste Congresso, não é difícil a repetição do nível da disputa que aconteceu na eleição do Senado. “O fato de não termos líderes incontestes explica muito da confusão e do acirramento da competição para a eleição do Senado”. Em outro momento da entrevista, Bruno Carazza observa que, mesmo com a força do partido do presidente Jair Bolsonaro (PSL), ainda não é certo que o governo tenha a força necessária para implementar as reformas. “Existem muitos partidos médios. Com isso, o governo vai precisar se apoiar não apenas no seu partido, mas em várias outras legendas, buscando coalizão maior – com isso, a busca de consensos acaba sendo mais difícil”. Bruno Carazza é autor do livro "Dinheiro, eleições e poder", publicado em 2018.

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com David Luhnow, repórter do jornal “Wall Street Journal”. Em 2018, Luhnow liderou uma cobertura especial para o WSJ sobre os altos índices de violência na América Latina. De acordo com o entrevistado: “quando nós olhamos para os números, a América Latina é, de longe, a região mais violenta do mundo”. Luhnow afirma, ainda, que isso é alarmante não apenas pelos números, mas porque também afeta o desempenho das nações em desenvolvimento na região. E as consequências da violência podem ser vistas tanto na fragilidade das instituições, como no atual estado de coisas de países como a Venezuela. (Podcast em inglês).

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com a jornalista Josélia Aguiar, autora do livro “Jorge Amado, uma biografia”. A entrevistada fala a respeito da trajetória do escritor baiano, um dos principais nomes da literatura brasileira no século XX (dentro e fora do país). Assim, logo no início deste podcast, Josélia Aguiar comenta as características desse personagem da cultura nacional: “Jorge Amado era um homem muito apaixonado pelo que fazia. Ele não conseguia fazer outra coisa a não ser contar histórias e teve muita confiança de que iria viver disso”. Em outro momento da entrevista, a autora destaca a importância de Jorge Amado para o Brasil contemporâneo: “Tem muita coisa da obra dele que permanece atual, e o que fica é a ideia de alguém que era contra a intolerância e profundamente a favor da liberdade”. Entrevista gravada em 21 de janeiro de 2019.

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com o jornalista Thomas Traumann, autor do livro “O pior emprego do mundo” (Planeta, 2018), no qual apresenta as trajetórias de 14 ministros da Fazenda – e os bastidores das decisões que econômicas que mudaram o Brasil nos últimos anos. Na entrevista, além de destacar os desafios que se impõem aos ocupantes no cargo de ministro da Fazenda, Traumann realça a importância de alguma margem para pensar a longo prazo. “Se o ministro não tem poder, no fundo, ele está pensando em sobreviver”. Em outra passagem da entrevista, ao comentar a presença do então ministro Joaquim Levy no segundo mandato de Dilma Rousseff (2015-2016), Thomas Traumann ressalta a falta de compreensão do núcleo do governo em relação ao ajuste fiscal. “Na época, dentro do governo não havia um convencimento claro da necessidade do ajuste. Na gestão Levy, todo mundo se lembra de o ministro ir conversar com os deputados e senadores sozinho”.

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com Maurício Paranhos, COO da Apura Cyber Intelligence. Num momento em que a sociedade está hiperconectada, a segurança de dados é uma questão fundamental tanto para os indivíduos quanto para as corporações. Ficou para trás a época em que os ataques virtuais eram manifestações ligadas apenas a desafios de hackers engajados; agora, o problema é tema de preocupação inclusive dos governos, haja vista a lei geral de proteção de dados, que foi sancionada em agosto de 2018 e que entrará em vigor a partir de fevereiro de 2020. “A lei indica que as empresas precisam ter um responsável pela gestão da proteção de dados dos seus clientes”.

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com Tonico Novaes, diretor geral da Campus Party, evento que já faz parte do calendário da tecnologia e da inovação no Brasil. Na edição deste ano, que acontece de 12 a 17 de fevereiro, a Campus Party se compromete, também, a pensar o futuro do trabalho para nativos digitais, a geração que já nasceu no contexto das novas tecnologias e da conexão com a rede mundial de computadores. Nas palavras de Tonico Novaes: “A Campus Party é um evento que leva pessoas para se aperfeiçoarem pessoal e profissionalmente. No ano passado, por exemplo, nós proporcionamos a oportunidade para os jovens influenciarem os executivos”. Nesse sentido, ao comentar as mudanças recentes no perfil da Campus Party, Tonico Novaes ressalta a importância de estar alinhado com as características do jovem. “As expectativas do jovem de 12 anos atrás não são as mesmas expectativas dos jovens de hoje. Por isso, a Campus Party tem de estar sempre na vanguarda”.

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com Francine Lemos, CEO da Cause, consultoria especializada em identificação e gestão de causas para empresas. Na entrevista, a executiva fala sobre o movimento das organizações preocupadas com a agenda do ativismo social. Não se trata de cuidar apenas da reputação, mas, principalmente, de se envolver com um movimento que está em linha com a mudança de hábito do consumidor, mais crítico e engajado. De acordo com levantamento recente feito pelo instituto Ipsos (em parceria com a ESPM, com o Instituto Ayrton Senna e com a Cause), dos 1,2 mil entrevistados, 77% esperam que as empresas contribuam mais com a sociedade do que no passado. “Para a organização abraçar uma causa, é preciso partir de um propósito da empresa. Se isso for feito de forma desconectada do negócio, o potencial de impacto é menor.” Entrevista gravada em 19 de dezembro de 2018.

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com o cientista político Sergio Fausto, superintendente executivo da Fundação FHC. Um dos aspectos centrais para compreender a eleição de Jair Bolsonaro em 2018 é a presença dos evangélicos na paisagem política nacional. Na entrevista, Fausto comenta a influência desse grupo não apenas na perspectiva eleitoral, mas também estende a discussão com o objetivo de perceber os significados do novo quadro político brasileiro. “O principal vínculo popular organizado, razoavelmente orgânico, que Bolsonaro tem com a população é pela via das igrejas evangélicas”. Em outro momento da entrevista, Sergio Fausto projeta a atuação dos demais partidos derrotados na corrida presidencial: “O que tem constituído hoje na política brasileira são dois pólos. Um em ascensão, em torno do Bolsonaro, que ainda não é orgânico, mas tem o poder; e o PT, que perdeu, mas está entrincheirado em posições importantes. No meio disso, um cenário de desorganização e de absoluta falta de lideranças, c

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com a jornalista Lúcia Guimarães, correspondente internacional há 30 anos. Na entrevista, Lúcia discute, entre outros assuntos, a importância e o protagonismo dos jornais hoje em dia, sobretudo no contexto norte-americano com a chegada de Donald Trump ao poder. “A imprensa perdeu muito de sua credibilidade, cometendo vários erros, como buscar cliques e ser mais sensacionalista”. Nesse sentido, a entrevistada atenta para a existência de “paralelos culturais” entre Brasil e Estados Unidos, “algo que não deveria estar acontecendo”, observa. E é aqui que a jornalista fala do impacto das mídias sociais para esse ambiente tóxico: “O Facebook virou um ecossistema de bolhas”. Em outro momento da entrevista, e tendo em vista a dinâmica da política internacional, Lúcia Guimarães afirma que o meio ambiente será um tema recorrente no noticiário norte-americano sobre o Brasil daqui para frente. Entrevista gravada em 4 de dezembro de 2018.

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com Eduardo Bracher, médico, quiropraxista e doutor pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A quiropraxia dedica-se à prevenção, diagnóstico e tratamento de dores e outras alterações no sistema músculo-esquelético. Bastante difundida nos Estados Unidos, a quiropraxia foi se desenvolver no Brasil no fim dos anos 1990, e um dos responsáveis por isso é Eduardo Bracher. No podcast, além de falar sobre sua trajetória e de comentar as características da sua área de atuação, o entrevistado também distingue os tipos de dores das costas. Nas palavras de Bracher: “as dores agudas tendem a ser intensas. O paciente acabou de se machucar e não estava acostumado com o incômodo que vem em seguida. Geralmente, essas são as dores mais fáceis de serem tratadas. Mais problemáticas são aquelas dores crônicas, que estão com as pessoas há meses – eventualmente, há anos –, sobretudo porque elas podem acarretar a perda na qualidade de vida”. E acrescenta: “Não existe po

No Podcast Rio Bravo desta semana, conversamos com Everardo Maciel, consultor tributário e Secretário da Receita Federal entre 1995 e 2002. Uma das questões urgentes que o Brasil tem no seu futuro próximo está relacionada à reforma tributária. Mas até que ponto a discussão em torno dessa reforma tem mirado os alvos certos? Na entrevista concedida ao Podcast Rio Bravo, Everardo Maciel não só comenta o tema do ponto de vista técnico, mas oferece um contexto mais amplo para a análise. “Os modelos tributários, além de serem imperfeitos, são modelos culturais. Eles reproduzem, portanto, as circunstâncias de espaço e de tempo. Não existem paradigmas internacionais”. Para além disso, o entrevistado destaca que o sistema tributário é um conjunto de regras que se organiza de acordo com os princípios da democracia: “tudo isso produzido dentro dos parlamentos, no âmbito do poder legislativo”. Entrevista gravada em 23 de novembro de 2018.