Ilustríssima Conversa

  • Autor: Vários
  • Narrador: Vários
  • Editora: Podcast
  • Duração: 130:31:09
  • Mais informações

Informações:

Sinopse

Uirá Machado, editor da "Ilustríssima" na Folha, entrevista autores de livros de não ficção ou de pesquisas acadêmicas.

Episódios

  • Guilherme Varella: Carnaval de rua não é bagunça, é direito constitucional

    03/02/2024 Duração: 55min

    O Carnaval de rua de São Paulo, cidade tantas vezes chamada de túmulo do samba, despertou nos últimos dez anos. Antes acanhada, a festa viu o número de blocos e foliões se multiplicar —e o interesse de patrocinadores aumentou, como também cresceram os conflitos com moradores e episódios de repressão policial. Guilherme Varella foi um dos coordenadores da política para o Carnaval de rua de São Paulo desenhada a partir de 2013, na gestão Fernando Haddad (PT). Em sua tese de doutorado, agora publicada em livro, ele analisa as balizas, as disputas e os resultados dessa política pública. Hoje professor da UFBA (Universidade Federal da Bahia), Varella propõe em "Direito à Folia" que a ocupação de ruas e espaços públicos por blocos é um direito constitucional, que deve ser viabilizado pelo Estado, não domesticado ou reprimido. Neste episódio, ele fala sobre os significados históricos e políticos do Carnaval de rua e discute algumas das tensões que cercam essa manifestação cultural, como o crescimento dos megablocos

  • Christian Dunker: Psicanálise deve descer do pedestal para dialogar com críticos

    20/01/2024 Duração: 46min

    No ano passado, houve uma reação intensa ao enquadramento da psicanálise como pseudociência em "Que Bobagem!", livro de Natalia Pasternak e Carlos Orsi. A contenda motivou Christian Dunker, professor da USP, e Gilson Iannini, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), a escrever o livro-resposta "Ciência Pouca É Bobagem: Por Que a Psicanálise Não É Pseudociência", publicado em dezembro. O trabalho parte das críticas à psicanálise que vieram à tona para discutir, de forma mais ampla, a cientificidade e a eficácia do campo psicanalítico. Dunker e Iannini investem em três frentes para se contrapor à conceituação da psicanálise como pseudociência. Os autores apresentam evidências para sustentar que a psicanálise tem resultados clínicos, afirmam que uma crença estreita no cientificismo guia parte dos críticos e defendem que as bobagens, vistas como expressões sem significado em outras áreas do conhecimento, são essenciais na escuta psicanalítica. Dunker, convidado deste episódio, não faz, por outro lado, uma

  • Rodrigo Nunes: Política pode ser vista como ecologia

    09/12/2023 Duração: 47min

    Rodrigo Nunes, professor da Universidade de Essex, no Reino Unido, se debruça em seu livro mais recente sobre os grandes dilemas da organização política, que tem oscilado, nas últimas décadas, entre perspectivas mais verticais ou mais horizontais, mais ou menos centralizadas, mais hierarquizadas ou mais autonomistas. Em "Nem Vertical Nem Horizontal", o autor defende que não faz sentido pensar em uma forma ideal de mobilização política: as dinâmicas de organização são contingentes historicamente e, para Nunes, a transformação social depende da articulação de atores políticos com escalas de ação, estratégias e objetivos diversos, muitas vezes conflitivos. Neste episódio, o pesquisador discute as linhas gerais do argumento da obra, publicada originalmente em 2021, como a ideia de que a organização está em toda parte e que a política pode ser entendida como uma ecologia —uma trama que faz com que todos os sujeitos políticos sejam interdependentes e que nenhum deles consiga olhar a realidade social de fora dela.

  • Autora fala de livro sobre Mengele, nazista que se escondeu no Brasil

    25/11/2023 Duração: 35min

    Josef Mengele, médico que torturou e matou milhares de pessoas em Auschwitz, levou uma vida pacata no Brasil nos anos 1960 e 1970. Depois da queda de Hitler, Mengele se instalou na Argentina de Perón, fugiu em seguida para o Paraguai e, por fim, chegou ao Brasil, onde contou com uma rede de amigos leais para protegê-lo e alguns golpes de sorte que evitaram que fosse capturado. Sua identidade foi preservada mesmo depois da sua morte. Mengele se afogou em uma praia em Bertioga em 1979 e foi enterrado com um nome falso em Embu das Artes. A história do fugitivo nazista no Brasil só foi descoberta seis anos depois, causando furor no país e no exterior. Betina Anton, jornalista da Globo e autora de "Baviera Tropical", tinha seis anos quando a sua professora não apareceu mais na escola. Anton descobriu, anos depois, que ela havia sido uma das responsáveis por dar guarida a Mengele, e desse entrecruzamento surgiu a ideia de esquadrinhar os anos do médico nazista no Brasil. Neste episódio, a autora fala sobre as fonte

  • Marcelo Medeiros: Desigualdade de gênero e raça vai muito além de questão identitária

    11/11/2023 Duração: 32min

    Marcelo Medeiros, professor visitante na Universidade Columbia, em Nova York, defende que toda política deve ser uma política de combate à desigualdade. Em "Os Ricos e os Pobres", o pesquisador expõe alguns contornos da gigantesca concentração de renda do Brasil: os 5% mais ricos da população se apropriam de metade do crescimento econômico do país, enquanto as pessoas entre os 50% mais pobres vivem com menos de R$ 30 por dia. No livro, o economista e sociólogo também aponta que os 80% mais pobres da população brasileira compõem um universo relativamente igualitário, enquanto o grupo dos mais ricos é muito heterogêneo, com grandes variações de renda. Neste episódio, Medeiros diz que não existe panaceia para reduzir os níveis de desigualdade no Brasil. Em sua avaliação, esse processo, de longo prazo, requer uma mobilização política de envergadura e vai esbarrar em resistências de grupos organizados. O pesquisador também discute a sobreposição de desigualdades de gênero, raça e renda no Brasil e afirma que trata

  • Larissa Bombardi: Agrotóxicos criam colonialismo que chega às células

    21/10/2023 Duração: 46min

    A agricultura deixou de ser um sinônimo de produção de alimentos há algumas décadas, desde que corporações globais passaram a dominar o setor, diz a professora da USP Larissa Bombardi. Para a pesquisadora, a massificação do uso de agrotóxicos cria um novo tipo de violência, agora por meio de moléculas que alcançam as células de humanos e outros animais e provocam danos à saúde e ao meio ambiente. Em "Agrotóxicos e Colonialismo Químico", Bombardi discute o duplo padrão de países europeus, que permitem a exportação de agrotóxicos banidos em seus territórios, o que, para ela, molda uma geografia do abismo, permitindo que empresas químicas da Europa faturem bilhões com a venda de seus produtos para países periféricos. Neste episódio, a geógrafa afirma que as mulheres estão entre as mais afetadas pelo uso de agrotóxicos e, ao mesmo tempo, são protagonistas em movimentos de denúncia desse modelo de produção e em experiências de agroecologia. Bombardi também falou sobre a liberação de agrotóxicos durante o governo B

  • Aviso: Novo episódio vai ao ar em 21 de outubro

    14/10/2023 Duração: 30s

    Em razão do feriado, o novo episódio do Ilustríssima Conversa vai ao ar em 21 de outubro.See omnystudio.com/listener for privacy information.

  • Flavia Rios: STF branco reflete racismo estrutural do Brasil

    30/09/2023 Duração: 42min

    Branquitude, democracia racial, interseccionalidade, mestiçagem, raça —os termos usados no debate étnico-racial são complexos, têm histórias longas e podem ser objeto de interpretações disputadas. Para ajudar leitores interessados a navegar por esse universo, Flavia Rios, Marcio André dos Santos e Alex Ratts organizaram o recém-publicado "Dicionário das Relações Étnico-raciais Contemporâneas". O livro tem 55 verbetes, escritos por mais de 70 especialistas, que dão uma visão geral da trajetória acadêmica de cada expressão, seus principais autores e as críticas mais comuns que recebem. Convidada deste episódio, Rios discute o conceito de identidade, um dos termos mais controversos do debate atual, e diz estar convencida que o racismo pode ser entendido como estrutural no Brasil —em contraposição à interpretação de Muniz Sodré— e que a composição majoritariamente branca do STF é um sintoma desse fenômeno. Para ela, Lula erra ao criar obstáculos à indicação de uma mulher negra à corte e perde a chance de acompanh

  • Bruno Paes Manso: Periferias criaram governo de baixo para cima com facções e igrejas

    16/09/2023 Duração: 46min

    Um homicídio em 1993 deu origem a conflitos que resultaram em 156 mortes em cinco anos. Esse dado, incluído em "A Fé e o Fuzil", de Bruno Paes Manso, sintetiza o cenário de violência nas periferias de São Paulo na época: um assassinato levava a ciclos de vingança intermináveis, produzindo um efeito bola de neve. A situação, que parecia não ter saída, foi pouco a pouco se distensionando. Não de cima para baixo, a partir das polícias ou da Justiça, mas principalmente de baixo para cima, argumenta o jornalista em seu livro recém-lançado. Manso chama a atenção para o novo sistema de valores difundido por igrejas pentecostais e por facções criminosas e afirma que a reprogramação de mentes por meio da conversão permitiu que o Brasil popular das periferias inventasse mecanismos para se governar. Neste episódio, o autor diz que a onda pentecostal recorre à imagem do Deus vingativo do Antigo Testamento e impulsiona discursos de batalha espiritual e perseguição a infiéis, em que a pretensa guerra do bem contra o mal lo

  • Gabriela Leal: Grafitti não é tinta no muro, é reinvenção da cidade

    02/09/2023 Duração: 48min

    O grafitti —uma das expressões da cultura hip-hop, que completa 50 anos— é muito mais que tinta no muro, diz a antropóloga Gabriela Leal. Autora de uma dissertação de mestrado sobre os usos do espaço urbano no universo da arte de rua, ela afirma que o grafitti é uma maneira de existir nas cidades, que molda como seus praticantes concebem o mundo e se enxergam nele. A pesquisa, agora editada no livro "Cidade: Modos de Ler, Usar e se Apropriar", descreve os princípios éticos e morais que regem a cena do grafitti em São Paulo. Leal também registra as relações entre os praticantes e seus espaços de socialização na cidade, apontando como o conhecimento é transmitido entre as gerações e como os iniciantes se formam e constroem sua reputação. Neste episódio, a pesquisadora discute como uma distinção entre arte e vandalismo passou a estruturar os discursos e as leis sobre o grafitti e a pixação e explora algumas das contradições que os grafiteiros enfrentam ao tentar se inserir no mercado de arte, um movimento que ve

  • Antônio Bispo: Estado e partidos são colonialistas

    19/08/2023 Duração: 49min

    O pensador quilombola Antônio Bispo dos Santos buscou no Gênesis o documento de fundação da humanidade eurocristã. Para ele, ao apartar os humanos da natureza e criar a imagem de um Deus terrorista, a Bíblia deu origem à cosmofobia, um regime monoteísta em que só cabe um modo de existir no mundo. Essa impossibilidade de relacionamento orgânico com outras vidas, ele diz, é o pilar do colonialismo e explica a perseguição aos povos tradicionais, que se veem como criaturas da natureza e não têm a pretensão de se tornar criadores de um mundo sintético. Bispo apresenta, em "A Terra Dá, a Terra Quer" (Ubu), sua crítica ao pensamento decolonial e defende que o Estado, os partidos políticos e os sindicatos carregam o colonialismo em suas estruturas e que, por isso, os governos reproduzem essa lógica, sejam de direita, sejam de esquerda. Produção e apresentação: Eduardo Sombini Edição de som: Raphael Concli See omnystudio.com/listener for privacy information.

  • Rosane Svartman: o presente e o futuro das novelas

    05/08/2023 Duração: 44min

    As telenovelas não só sobreviveram às mudanças tecnológicas, mas também são a melhor aposta para o futuro do audiovisual brasileiro. É o que argumenta Rosane Svartman, autora da novela "Vai na Fé", um dos maiores sucessos recentes da TV Globo, que levou à telinha uma protagonista evangélica. Além de trabalhar como criadora, Svartman também tem um trabalho como pesquisadora. Ela acaba de publicar "A Telenovela e o Futuro da Televisão Brasileira" (ed. Cobogó), fruto da pesquisa de doutorado dela na UFF (Universidade Federal Fluminense). Na obra, Svartman explica as matrizes do gênero, conta como funciona a criação de uma história do tipo nos bastidores —e analisa como fica a novela com as transformações recentes do mercado audiovisual. Convidada do Ilustríssima Conversa deste sábado (5), Svartman discute ainda o que as novelas brasileiras têm de particular, analisa a influência delas nos debates da sociedade e projeta qual será o papel dessas narrativas no futuro.  Produção e apresentação: Maurício Meireles Ed

  • Arqueóloga revolucionou a região da Serra da Capivara, diz autora

    22/07/2023 Duração: 40min

    A arqueóloga franco-brasileira Niéde Guidon, que recentemente completou 90 anos de idade, é a grande responsável pelo projeto que transformou a Serra da Capivara em parque nacional, e promoveu mudanças drásticas na vida da população que habitava a região. Para contar essa história, a jornalista Adriana Abujamra viajou ao sertão do Piauí, onde conversou com a arqueóloga e com muitos dos outros personagens envolvidos no processo de construção do patrimônio cultural. Os relatos se somam à pesquisa de Adriana, convidada do Ilustríssima Conversa deste sábado (22), no livro "Niéde Guidon: uma arqueóloga no sertão", da editora Rosa dos Tempos. Foi a partir dos anos 1970 que Niéde pôde ver de perto as pinturas rupestres e iniciar os trabalhos de escavação que, de tão surpreendentes, colocaram em dúvida a teoria corrente sobre a origem do homem nas Américas. A questão permanece um impasse científico entre especialistas. Os sertanejos que ocupavam o local têm uma relação complexa com a arqueóloga. Alguns foram removido

  • Roberto Andrés: Junho de 2013 tornou passe livre um debate real

    08/07/2023 Duração: 43min

    O Ilustríssima Conversa volta ao debate sobre os 10 anos de Junho de 2013. O convidado do episódio deste sábado (8), o urbanista Roberto Andrés, acaba de lançar o livro "A Razão dos Centavos - Crise Urbana, Vida Democrática e as Revoltas de 2013" (ed. Zahar). Em um panorama amplo que vai do período imperial ao terceiro mandato de Lula, Andrés mostra como a urbanização descontrolada e os problemas de transporte público intensificam a desigualdade e estimularam revoltas ao longo da história. Professor da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais, Andrés realça em sua pesquisa o vínculo central da crise urbana com Junho de 2013, embora os protestos tenham depois sido associados a uma vasta gama de pautas e reivindicações. Como legado positivo dos atos, ele destaca que a ideia da tarifa zero para o transporte público deixou de ser um sonho para se tornar um debate possível, encampado até por prefeitos de fora da esquerda. Por outro lado, o autor pondera que a agenda urbana continua sem receber

  • Como Oswald de Andrade conheceu Vinicius de Moraes fugindo da guerra

    24/06/2023 Duração: 42min

    Em 1939, o poeta, escritor e polemista Oswald de Andrade, um dos expoentes da Semana de Arte Moderna de 1922, foi à Europa representar o Brasil num congresso literário. Àquela altura, ele e sua então mulher, a poeta Julieta Barbara Guerrini, tinham decidido passar uma temporada no Rio de Janeiro. O casal partiu da Praça Mauá rumo a Londres, de onde iriam para Estocolmo, onde encontrariam escritores de diversos países. O que os dois não esperavam é que as tropas de Hitler fossem invadir a Polônia, dando início ao que seria a Segunda Guerra Mundial. O escritor, pesquisador e também músico carioca Mariano Marovatto, convidado do podcast Ilustríssima Conversa deste sábado (24), conta as peripécias de Oswald e Julieta na Europa em seu recém-lançado "A Guerra Invisível de Oswald de Andrade" (editora Todavia). O fundamental naquele momento era dar um jeito de retornar ao Brasil. A melhor opção era tentar ir para Portugal, país que havia se declarado neutro. O casal passou por boas aventuras antes de conseguir chegar

  • O Homem do Sapato Branco e o sensacionalismo na TV, com Mauricio Stycer

    10/06/2023 Duração: 39min

    Jacinto Figueira Júnior, conhecido como o Homem do Sapato Branco, foi um dos precursores do sensacionalismo na TV brasileira, com programas que apelavam a crimes, barracos de vizinho e confusões na rua. O personagem é o tema do livro "O Homem do Sapato Branco: A Vida do Inventor do Mundo Cão na Televisão Brasileira" (ed. Todavia), do jornalista, crítico de TV e colunista da Folha Mauricio Stycer, que é o convidado do Ilustríssima Conversa deste sábado (10). "Sempre me interessaram as ondas de sensacionalismo na história da TV brasileira", diz Stycer. "Em diferentes momentos, há um excesso de apelação e, depois, um refluxo." Escolheu Jacinto porque, a partir da trajetória dele, é possível ver como esse tipo de programa se estabeleceu no país. Entre os anos 1960 e os anos 1990, com intervalos e um período de ostracismo no meio, o apresentador teve várias encarnações na TV, dos primórdios da TV Cultura —que ainda tinha Assis Chateaubriand como dono— aos primeiros passos da TV Globo e do SBT. O apresentador até p

  • Angela Alonso: País perdeu chance de isolar direita autoritária em 2013

    27/05/2023 Duração: 48min

    Não basta olhar as Jornadas de Junho de 2013 como a origem de sucessivas crises políticas que o Brasil viveu depois delas. Para entender os protestos que explodiram dez anos atrás, é preciso avaliá-los como uma consequência —e analisar as causas que levaram à sua eclosão. É essa a espinha dorsal do novo livro de Angela Alonso, professora de sociologia de USP e pesquisadora do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), que também é colunista Folha. Alonso é a convidada do Ilustríssima Conversa deste sábado (27). Em "Treze - A Política de Rua de Lula a Dilma" (Companhia das Letras), ela analisa as transformações que a chegada do PT ao poder provocou na política de rua, com movimentos à esquerda e à direita começando a articular uma crítica ao governo. Alonso mapeia os grupos que passaram a se organizar e também os principais conflitos que se desenrolavam na sociedade brasileira desde o começo das gestões petistas, de pautas econômicas a questões morais. A socióloga sustenta que o governo de Dilma Rou

  • Fernando Limongi: Estamos pagando a conta do impeachment de Dilma

    12/05/2023 Duração: 52min

    Para afastar um presidente, apenas a vontade da oposição não basta. Afinal, é preciso dois terços dos votos dos parlamentares tanto na Câmara quanto no Senado. A perda de apoio dos congressistas foi central para a queda da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016. Por isso, para entender o processo de impeachment dela, é necessário compreender como a base parlamentar que a petista herdou de Lula implodiu. E como, na hora decisiva, aliados se voltaram contra ela.  O derretimento dessa coalizão é o eixo central do livro “Operação Impeachment - Dilma Rousseff e o Brasil da Lava Jato” (ed. Todavia), escrito pelo cientista político Fernando Limongi, que é professor da USP e da FGV. Ele é o convidado do Ilustríssima Conversa deste sábado (13).  Na obra, Limongi lembra como a aliança de partidos liderada pelo PT governou o Brasil desde a primeira eleição de Lula —e sustenta que a união não tinha nada de frágil. Para explicar o desmonte dessa base, o cientista político volta ao começo do primeiro mandato de Dilma, q

  • [DICA] Conheça o Brasil à Vista, podcast de políticas públicas da Folha

    08/05/2023 Duração: 01min

    Te convidamos a conhecer o Brasil à Vista, podcast da Folha de S.Paulo que vai desfazer os nós das políticas públicas e discutir o futuro do país. A cada semana, os apresentadores Irapuã Santana e Angela Boldrini recebem dois especialistas para debater e pensar em soluções para questões estruturantes da sociedade brasileira, como desigualdade de renda, habitação e racismo.  O primeiro episódio estreia nesta quarta-feira (10) e traz a economista Laura Müller Machado e o sociólogo Rafael Osório, do Ipea, em uma conversa sobre a nova cara do Bolsa Família e o futuro do combate à pobreza.  Você encontra o Brasil à Vista nas principais plataformas de podcast e no site da Folha.See omnystudio.com/listener for privacy information.

  • Luiz Marques: Capitalismo sem limites acelera crise climática

    29/04/2023 Duração: 40min

    Grande parte do que se sabe hoje sobre o aquecimento global já era conhecido no final dos anos 1970, afirma Luiz Marques, professor aposentado do Departamento de História da Unicamp. No entanto, o conhecimento científico sobre os mecanismos que provocam o aumento da temperatura do planeta não levou a uma mudança de rumos para mitigar a crise climática que a humanidade vive hoje. Muito pelo contrário: nas últimas décadas, lembra o historiador, houve uma aceleração do desmatamento, do uso de combustíveis fósseis e de outros processos que, movidos por um capitalismo globalizado que não é capaz de respeitar os limites do planeta, vem emitindo quantidades colossais de gases de efeito estufa na atmosfera. Ao mesmo tempo, os resultados de convenções internacionais para limitar o aquecimento global são extremamente frustrantes, o que faz com que as ações tomadas nos anos 2020 sejam determinantes para o futuro da vida na Terra e as chances de sobrevivência da humanidade. Esse é a tese do recém-lançado "O Decênio Decis

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