Sinopse
Romancista, pintor à la Bacon, tenista (há melhores), exímio chef de cuisine, imbatível jogador de poker, cantor de talento raramente reconhecido, arguto comentarista de futebol e o maior jornalista do Brasil, Mino Carta é agora Mat (às vezes).
Como Mat, Mino vive em duas construções edênicas: a Itália da infância e da juventude, e o Brasil, da maturidade, um Brasil que poderia ter sido – e não foi.
A Itália lhe concedeu Assunta, o prazer inigualável, e Nuvem, uma mulher formidável, que o romancista descreve com as tintas de Flaubert – e de uma dânea de Ticiano.
É exatamente na seção italiana do romance que Mino realiza uma bem-sucedida experiência estilística, que ultrapassa – na minha modestíssima opinião, como ele diria – o que realizou nos romances anteriores.
O Brasil é o do cárcere da ditadura, do filho morto em combate na luta armada, do interrogador imbecil com o nariz de nhoque.
É quando os maus tempos chegaram.
Mat e Mino não resolvem o conflito entre a Itália e o Brasil.
Sim, porque o fim do romance, deslumbrante trabalho literário, quando Mat, sem encantos e sem mulher, volta à Itália e ao mar, não é um epílogo aceitável.
A luta continua…
Em tempo: não se detenha na palavra "lúvega". É só mais uma das artimanhas do romancista.