Sinopse
A ficção trata do que é ser uma p*rr@ de um ser humano, afirma David Foster Wallace (1962-2008) — romancista, ensaísta, ironista e mago da vertiginosa autoconsciência —, em um momento de suas investigações sem fim sobre o ofício de escrever. E o leitor deste Antídoto poderá acompanhar muitos outros momentos assim, conduzidos por mentes intrigadas e ávidas por desvendar o pensamento de um dos autores norte-americanos mais talentosos da virada do século. Assim como a sua prosa, trazida à luz em The Broom of the System, de 1987, e amplificada com o monumental Graça infinita, de 1996, suas ideias captam e tentam organizar a profusão de ruídos aos quais estão expostos os habitantes do novo milênio. As entrevistas acompanham os lançamentos literários de Wallace e à medida que passam os anos, e as páginas, é possível perceber respostas mais reflexivas, mais precisas, mais comoventes — como se o autor fosse abandonando a ironia, marca de sua geração, para alcançar aquilo que nos identifica e nos une. David Foster Wallace foi um autor avesso à exposição de sua vida pessoal, o que gerava ainda mais curiosidade no público leitor, e essas linhas funcionam como vias de acesso a uma intimidade inquieta, a uma solidão profunda em busca de qualquer coisa que a espante ou suavize.