Sinopse
O livro Religião urbana: uma abordagem histórica demonstra como as mudanças importantes da religião podem ser mais bem compreendidas como resultado da dialética dos imaginários da cidade e da religião. Essa afirmação geral é argumentada de maneira exemplar para o mundo mediterrâneo antigo, desde o período helenístico até o final do Período Imperial romano, e, nesse sentido, para a cidade de Roma em particular. Muitas características da religião antiga seriam mais plausivelmente compreendidas como o resultado de efeitos e usos específicos do espaço e de suas bases sociais e cognitivas do que como características inerentes de uma "religião" específica. Tais características são o desenvolvimento de certos rituais de massa ligados a estruturas teatrais e circenses, a encenação generalizada de procissões teatrais, o papel declinante do sacrifício animal, a "intelectualização" da religião e o estabelecimento não só de redes especificamente religiosas e (inicialmente pequenas) religiões de grupo, mas também de formas de fixação de deuses a lugares específicos e a própria estrutura de um politeísmo informado por uma pluralidade de templos locais. É o reflexo dessa situação nos intelectuais e nas pessoas simples, e sua apropriação e reivindicação do espaço urbano que os tornaram sujeitos desses processos.