Sinopse
Uma incursão na personalidade caleidoscópica de um dos grandes ícones do modernismo brasileiro em suas facetas artística, intelectual e boêmia.
Quando Emiliano de Albuquerque Mello mostrou pela primeira vez um desenho artístico feito a lápis a seu amigo e mentor Gaspar Puga Garcia, o incentivo que recebeu — "você será pintor" — provavelmente soou mais como amizade do que vaticínio para o adolescente. No entanto, o passar dos anos confirmaria o julgamento de Puga, e Di Cavalcanti vivenciaria, na maturidade, a consagração de seu trabalho pictórico.
Enfrentando adversidades financeiras e com uma formação artística dispersa, o pintor pouco a pouco desenvolveu um estilo enriquecido pela sensibilidade e pelo olhar atento à realidade que o cercava — decorrência de sua consciência de classe e de uma vida boêmia. A observação dos tipos sociais e das manifestações culturais levaram Di a uma expressão plástica própria, que sintetizava as tendências estéticas europeias com o ideal da criação de uma arte que se pudesse chamar de brasileira, escolhendo como assunto para suas telas personagens e elementos da cultura popular.
Um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna de 1922, Di Cavalcanti construiu uma iconografia particular, que ganharia caráter de referência cultural para o imaginário nacional. Em um livro envolvente, Marcelo Bortoloti conta essa história — a vida de "um indivíduo em eterna luta para elaborar uma arte original, contra muitos adversários, inclusive ele próprio".
"Através de uma pesquisa acurada e escrita fluida, Bortoloti traça, de forma inédita, o percurso pessoal de um dos mais importantes artistas brasileiros. Uma publicação que apresenta a personalidade múltipla de Di Cavalcanti sob um prisma diverso do conhecido, abrindo novos caminhos para a compreensão de sua obra." — Denise Mattar