Sinopse
Mesmo após a morte do escritor americano Raymond Carver, em 1988, a importância de sua obra não para de crescer no meio literário internacional. Mas embora ele seja cada vez mais frequentemente saudado como "o novo Tchekhov", isto é, um novo mestre do conto, sua obra permanece publicada de forma dispersa em quase todos os países do mundo. Para que esse paradoxo editorial acabe de uma vez por todas no Brasil, a Companhia das Letras lança 68 contos, a mais ampla reunião das histórias de Carver existente fora dos Estados Unidos.
A seção inicial do volume reúne cinco narrativas feitas entre 1960 e 1967. Em seguida, vêm os dois primeiros livros de Carver: Você poderia ficar quieta, por favor?, de 1976, e Do que estamos falando quando falamos de amor, de 1981. Mais adiante, estão os contos incluídos em Fogos, de abril de 1983, uma miscelânea de ficção, poesia e ensaística. Surge então sua obra-prima, Catedral, que saiu em setembro do mesmo ano. Por fim, na seção "Contos recolhidos", encontram-se cinco histórias dos anos 1980, que permaneceram inéditas em livro até 2001.
As narrativas permitem, juntamente com os subsídios fornecidos na introdução assinada por Rodrigo Lacerda, que os leitores finalmente entendam a grande polêmica que paira sobre a literatura do mestre do conto americano: a forte intervenção de seu editor, Gordon Lish, em um de seus livros mais famosos, Do que estamos falando quando falamos de amor. Para compreender essa polêmica, este volume oferece ao leitor brasileiro a chance de, em alguns casos especialmente eloquentes, comparar duas versões de um mesmo texto, uma escrita com e outra sem a interferência de Lish.