Sinopse
"Deve-se ler Machado de Assis não para compreender o Brasil, mas para ler grande literatura." Com essa abordagem universal, John Gledson imprime novas interpretações à complexa obra de um dos maiores escritores brasileiros.
Os catorze ensaios deste livro falam de como o escritor fluminense tratou a história, a política, o feminismo, o homossexualismo, a religião e os costumes da sociedade do século XIX, entre outros temas. Fazem também relações surpreendentes entre a trajetória machadiana e a de nomes como Eça de Queiroz. E comentam, com argumentos inesperados, romances controversos como Memórias póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro.
Parte da ousadia de Gledson se deve ao seu diálogo com os melhores intérpretes de Machado, principalmente Roberto Schwarz. Isso lhe dá o rigor necessário para vôos inusitados, como identificar uma crônica que antecipa a teoria do "homem cordial" ou comparar a trajetória do escritor com a de Graciliano Ramos, sob o prisma da sexualidade.
Com argumentação precisa e elegante, até quando contesta com firmeza argumentos como o da culpa de Capitu, os textos trazem à tona um Machado muito ligado ao seu país e tempo. Mas sempre reconhecem a impossibilidade de explicá-lo com uma só interpretação: "Isto é parte de sua grandeza como escritor, do seu constante fascínio", afirma Gledson.