Sinopse
Os fãs de Paul Auster e da melhor literatura norte-americana moderna têm muito que comemorar com este Homem no escuro, novo romance do festejado autor de A trilogia de Nova York, A invenção da solidão e Leviatã, todos publicados pela Companhia das Letras. Cruzando as memórias de um homem de setenta e dois anos que viveu intensamente cada instante de sua vida com as realidades iníquas e violentas de um mundo em pé de guerra, e ainda por cima encontrando espaço para uma subtrama labiríntica de corte fantástico e orwelliano, Auster mostra aqui, em grande estilo, toda a sua maestria ficcional. August Brill, crítico literário aposentado, recupera-se na casa da filha, em Vermont, Estados Unidos, de um acidente de carro em que quase perdeu uma perna. Quando o sono se recusa a dar as caras, Brill permanece na cama e libera a imaginação para tecer histórias que o ajudem a desviar o foco mental das vicissitudes que ele gostaria de esquecer: a morte recente da mulher, o assassinato do namorado da neta no Iraque e a dolorida solidão da única filha, abandonada pelo marido. Em meio a divagações de toda ordem, Brill constrói um mundo paralelo em que os Estados Unidos se acham mais uma vez numa guerra civil sangrenta. À medida que a noite em claro avança, adensa-se a trama do insone, ameaçando engolfar seu próprio criador numa delirante vertigem autopunitiva. No fim da madrugada angustiante, a neta Katya vem lhe fazer companhia, com perguntas incisivas que o remetem a um torvelinho de lembranças, boas e más, do casamento dele com a falecida Sonia, cantora lírica e mãe de Miriam, com quem dividiu os grandes momentos de sua vida. Com sua prosa a um tempo refinada e contundente, Homem no escuro é o romance dos tempos atuais, um livro que força o leitor a se confrontar com a noite sombria até mesmo quando celebra uma existência feita de alegrias comuns.