Sinopse
Em Como ficar sozinho, uma coleção de artigos selecionados a partir dos livros How to be alone (2003) e Farther Away (2012), muitos deles publicados previamente na prestigiosa revista New Yorker, Jonathan Franzen volta ao gênero praticado em A zona do desconforto (2006). Entre o lançamento desses dois livros de ensaios, o autor construiu, na ficção, a reputação de uma das principais vozes da literatura americana contemporânea. Liberdade (2011) é considerado um dos mais importantes romances de ficção norte-americana da década. São muitos os temas que percorrem esses textos de Franzen. A partir de experiências pessoais, ele aborda o suicídio, a solidão, a demência senil, a invasão (e sobretudo a evasão... ) de privacidade, o sistema penal americano e, claro, a literatura. Em alguns deles, o autor faz verdadeiras homenagens aos seus contemporâneos Paula Fox, Alice Munro e David Foster Wallace. Ao mesmo tempo, clássicos como Kafka, Proust e Goethe surgem pontualmente nos textos, estabelecendo conexões entre a vida (real) do escritor e a obra (ficcional) de seus autores preferidos. Para Franzen, só vale a pena escrever ou ler um livro se o autor se colocar pessoalmente em situação de risco. Coerentemente, é o que faz em Como ficar sozinho. Ele se expõe, admite fragilidades, recusa o conforto do autoengano. E faz tudo isso em nome da literatura, ao intuir que, sem a franqueza desarmada, a literatura relevante é inviável. A obra está inscrita na melhor tradição do ensaísmo de língua inglesa, em que não faltam elegância estilística, argumentos afiados, perspectiva pessoal e um humor discreto como contrapeso às cenas mais pungentes.