O Absoluto Frágil: Ou Por Que Vale A Pena Lutar Pelo Legado Cristão?

  • Autor: Slavoj Žižek
  • Editora: Boitempo Editorial
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Sinopse

O absoluto frágil mostra como o cristianismo e o marxismo podem estar lado a lado na luta contra o fundamentalismo e defende que o legado cristão teria um núcleo subversivo essencial para a constituição de uma política de emancipação universal. O filósofo traz o materialismo à luz dos dias atuais, sem perder de vista "a história espectral que assombra o espaço da tradição religiosa judaica" e a importância da filosofia de Hegel para uma análise do capitalismo contemporâneo. Um ensaio ousado, que fez com que Terry Eagleton chamasse seu autor de "um ativista intelectual frenético, que sempre parece estar em seis lugares do planeta ao mesmo tempo, como Sócrates pós-esteróides".
Conhecido pela originalidade de seu pensamento crítico, o filósofo esloveno Slavoj Žižek parte aqui de uma abordagem desafiadora para discutir o fundamentalismo e a violência praticada em nome deste. Na tentativa de entender como a espectralidade funciona na ideologia, o autor analisa as narrativas bíblicas à luz do marxismo e do cristianismo sob o argumento de que ambos "deveriam lutar do mesmo lado da barricada contra o furioso ataque dos novos espiritualismos". Sem se submeter ao espírito de uma época que se considera pós-secular, Žižek faz uma crítica de dentro das religiões islâmica, judaica e cristã para mostrar como o conceito fenomenológico de sacrifício e a figura freudiana do Deus-Pai podem ser usados para entender os conflitos étnicos e culturais que vivemos hoje.
"Como devemos interpretar medidas administrativas como a do Estado francês, que proibiu jovens muçulmanas de usar o hijab nas escolas?" "E por que as mulheres no Islã são uma presença tão traumática, um escândalo tão ontológico, que precisam ser veladas?" Não há uma resposta fácil para essas questões ¬– daí a recusa do autor a reduzir acontecimentos como a exposição do islã à modernização ocidental ou a desintegração da Iugoslávia e a defesa do humanismo militarista à crença de que é com a tolerância que se combate o ódio.