Sinopse
Durante a guerra do Kosovo um entusiasta do humanismo militar como Michael Ignatieff observou que `a beleza de tais armas` é que elas podem ser usadas. Pouco tempo depois pediria uma intervenção `imperial e sem piedade` no Iraque. Não estamos mais diante da guerra, mas, agora sim, diante da política como mera continuação da guerra. Paulo Arantes Extinção é parte da coleção Estado de Sítio, da Boitempo Editorial. O livro do filósofo Paulo Arantes reúne escritos em que o autor destrincha as entranhas do imperialismo norte-americano -"guerra ao terror", ataques "preventivos", "tortura terceirizada", guerra "high-tech", petróleo e dinheiro - e o que ele aponta como o colapso do petismo no Brasil.
Cortante, irônico, ágil e provocador, os textos descortinam, sem meias palavras ou concessões, as mistificações de intelectuais que justificam a barbárie e as ilusões conciliadoras de alguns grupos de esquerda. A falência do governo Lula - sobre o qual "dizer que acabou não deixa de ser um exagero piedoso, pois supõe que em algum momento ele tenha começado" - é, para Arantes, uma entre várias extinções: das idéias, das opções, da política, da vida. Extinção traz ainda entrevistas concedidas por Arantes a diversos jornais e revistas, discutindo o papel do intelectual na contemporaneidade e desafiando consensos.
"Deu no que deu. O mediador providencial nomeado conciliador universal de todos os antagonismos de uma nação dilacerada quando muito armou um jogo de cena entre tese e antítese: enumerando a esmo, agronegócio e reforma agrária, Monsanto e movimento ambientalista, Microsoft e software livre, gesticulação diplomática Sul-Sul e tropas no Haiti a mando do Império etc. A síntese não veio e não virá", analisa o filósofo.