Sinopse
A epidemia do novo coronavírus candidata-se a ser a emergência de saúde mais importante de nossa época. Ela nos revela a complexidade do mundo em que habitamos, de suas lógicas sociais, políticas, econômicas, interpessoais e psíquicas. O que estamos atravessando requer um esforço de imaginação que, em um regime normal, não estamos acostumados a realizar. No contágio, somos um único organismo, uma comunidade que abarca a totalidade dos seres humanos. No contágio, a falta de solidariedade é antes de tudo um defeito de imaginação. "Não tenho medo de ficar doente. De que, então? De tudo aquilo que o contágio pode mudar. De descobrir que o alicerce da civilização que conheço é um castelo de cartas. Tenho medo da anulação, mas também de seu oposto: que o medo passe sem deixar para trás uma mudança."