Sinopse
Em "Nuances da Alma", o meu inconsciente me levou a inventar uma história tão cheia de acontecimentos para ilustrar de maneira simples algumas questões apreendidas da minha leitura de "A República" a respeito da alma humana, o livro que marcou a minha vida.
Mas confesso que, quando comecei a escrevê-lo, não pensei que os personagens e as suas venturas fossem me fazer mergulhar no universo platônico novamente.
Para mim, o processo criativo se dá através de um modo bem psicanalítico: associo livremente de maneira despudorada. Depois de gestados, são eles, os personagens, que conduzem a trama, não os reprimo. Eles evoluem sempre tão independentes que, na maioria das vezes, me surpreendo com o rumo que resolveram seguir ao longo da história. Eu os solto na praia da minha imaginação e os deixo brincar à vontade, apenas os vigiando de longe, como um pai zeloso, para que não se afoguem nas ondas da incoerência.
É prazeroso escrever dessa maneira porque não me sinto obrigado a obedecer a um roteiro previamente elaborado.
O protagonista deste romance passa a residir em uma cidade fictícia no interior do Brasil, nos anos 1950, e, ao interagir com os habitantes de lá, sofre uma espécie de abalo sísmico interior. Os seus valores e princípios ficam completamente fragilizados, ao mesmo tempo que a sua sensibilidade se torna cada vez mais aguçada!
O seu destino vai sendo traçado, e as mudanças da sua vida vão acontecendo rapidamente.
Eu me solidarizei com os seus conflitos, me diverti com as suas peripécias, torci pela sua felicidade e chorei com as suas decepções. Enxerguei através dele o lado obscuro da alma humana e me apavorei!
O personagem principal do meu livro vive escravo de sua alma mal administrada, mas consegue enxergar essa condição. E a libertação de si mesmo se dá a partir do autoconhecimento, pois ele percebe que está sendo governado interiormente por aspectos da sua personalidade que não estão adequados àquela função de poder!
Não tenho a pretensão de fazer uma apologia dos ensinamentos de Platão como uma forma de autoajuda, mesmo porque acredito que as questões humanas ainda não foram totalmente especuladas e muito menos esclarecidas pela filosofia.
Nenhuma teoria filosófica ou psicológica dá conta de explicar a diversidade e pluralidade da alma humana!
Apenas encontrei uma maneira lúdica de tocar nesse assunto e analisei os personagens através desse viés. Mas, além dessa análise, esta história também poderá ser degustada como um simples entretenimento.