Sinopse
Um livro imprescindível volta a ser lançado pela Editora Kelps, Viagem ao Araguaia de Couto Magalhães, cuja primeira edição se deu em 1863 através de Folhetos de O Federalista e uma segunda edição em 1889, em plena ascensão da Primeira República.
Traça seu roteiro inicial do Rio de Janeiro a Goiás, cujo trajeto é uma lição de amor ao território, pleno de ensinamentos e de afirmações históricas, compreendendo desde aquela época que "o pastor, ou vaqueiro, tem na caça, na pesca e no gado, o necessário para a vida" , demonstrando que os habitantes das terras dos goyazes tinham aquilo que historiadores anos depois defenderam: auto suficiência de produção, ou como destacou Paulo Bertran, uma economia de abastância. Couto Magalhães afirma com todas as letras que as viagens pela Estrada de Ferro eram monótonas, como forma de defender ainda mais sua ideia quase fixa de navegação pelo Araguaia e Tocantins.
Sugeria mudar a Capital para Leopoldina uma vez que esta estava às margens do Araguaia e evocava Saint-Hilaire e Pohl, viajantes estrangeiros que descreveram Goiás, para justificar a inoperância do desenvolvimento de nossa Província. Criticava ferozmente a postura de alguns proprietários de terras de Goiás por não deixar prosperar a mudança da capital e defende a topografia de Leopoldina em liga-la, futuramente, à foz do Amazonas e do Rio da Prata. Argumentos de um ser apaixonado por uma ideia obsessiva. Em 18 de fevereiro de 1864, a Marinha, sob estes argumentos descritos por Couto Magalhães emite sinais de que o Projeto de Navegação Fluvial pelo Araguaia e Tocantins era viável e seria estudado. A História, porém, tinha outros planos.