Sinopse
Conheci Edvan Cajuhy nos idos da década de 1990. Ele era ligado a um grupo de amigos comuns formados perenemente por processos educativos de coletivos ligados à igreja católica. Pouco tempo depois, qual não foi a minha surpresa quando – indo assistir a uma representação de um Casamento Matuto (da autoria de Edmar Dias e dirigido por Robson Luiz) no palco do Centro Cultural Ceciliano de Carvalho – o vi pela primeira (e última) vez como ator. Éramos todos muitos jovens e nos experimentávamos criativamente na velha Vila Nova da Rainha.
Mais de uma década fora da cidade, retorno e encontro um Edvan professor da rede municipal de educação, gestor escolar e presidente da ACLASB – Academia de Letras e Artes de Senhor do Bonfim. No embalo do tempo, o jovem ator havia se transformado em escritor. Li seus versos e gostei! A leve poesia que saltava dos olhos daquele quase menino sobre o tablado mais pisado da cidade estava em forma de livro e livremente circula pelos saraus e feiras literárias.
Agora, nesta obra, a história e as "estórias" apresentadas, interpretadas e vividas também revelam sua trajetória como educador e cidadão e, pela complexidade dos temas abordados, não deixam de ser espaço de evidência de contradições. Trazendo inquietações do nosso tempo, assim como o escritor Jotacê, Edvan não poupa ninguém e cumpre um importante papel literário: falar o que se quer para quem deseja ler/ouvir e opinar. Brincando de passear entre ideias críticas e românticas, concordemos ou não com suas abordagens, Cajuhy nos apresenta uma obra reflexiva e, em certa medida, com um toque de humor. O balaio está aberto! As nossas cabeças estão?
REGINALDO CARVALHO DA SILVA - Doutor em Artes Cênicas.