Sinopse
Adotando a perspectiva fenomenológica de Merleau-Ponty para fundamentar as evidências de inter-relação entre a corporeidade, a cultura e o sujeito da percepção, esta obra aponta para os indícios de um fundamento educativo destinado a por o corpo em sintonia com a noção de subjetividade. Na perspectiva filosófica de Merleau-Ponty, o corpo não é uma coisa, nem uma ideia abstrata, mas presença sensível e intencional, que faz do sujeito perceptivo uma consciência encarnada no mundo, capaz de reaprendê-lo constantemente. Esse processo, no entanto, não é espontâneo; ele necessita de aprendizagem e de treino, já que as disposições não brotam de um fundamento metafísico. Esse corpo vivido, que se manifesta por meio da sua motricidade, apresenta códigos e crenças que foram apropriados em virtude de um determinado padrão cultural produzido e herdado pelo contexto percebido. O corpo que Merleau-Ponty nos apresenta é aquele vivenciado por nós enquanto realização de nossas intenções, desejos e projetos. Assim, percebemos o Corpo Próprio como um princípio que nos possibilita reaprender o mundo. Por isso, a prática pedagógica precisa ser orientada por um fundamento educativo, que nos incentive a meditar e a refletir sobre as consequências dos fatos, das próprias ações e do sentir.