Nossas Copas O Mundo Do Futebol (copa 1958) Edição 1

Vivia-se numa época em que a autoestima do brasileiro estava baixa, rastejante. Qualquer povo era melhor do que o nosso. O coração do brasileiro ainda doía, a boca ainda amargava o fel da derrota de 1950 em pleno Maracanã. No maior do mundo! Poucos anos se passaram, e a bela Martha Rocha, nossa eterna miss, era passada para trás por duas polegadas a mais. Duas míseras polegadas!
Assim, aquela Seleção Brasileira que partiu para a Europa saiu do País totalmente desacreditada. “Vai ser outro vexame”, vaticinavam os cavaleiros do apocalipse, as cassandras malditas. Um empresário da comunicação, em São Paulo, acreditou na nossa Seleção, no nosso Futebol – no nosso Homem. Era Paulo Machado de Carvalho. Reuniu-se ele com três jornalistas – Paulo Planet Buarque, Flávio Iazzetti e Ary Silva – e deram tratos à bola. Traçaram um plano de trabalho que foi apresentado a João Havelange, que, naquele ano de 1958, assumiria a presidência da, então, Confederação Brasileira de Desportos.
Nascia ali a Seleção que seria Campeã do Mundo, que iria maravilhar o planeta, que daria ao futebol o seu mais legítimo e incontestável Gênio: o Rei Pelé. Todos se curvaram ao futebol brasileiro, à glória, à raça...