Sinopse
Perfume delicado, cores inebriantes, textura suave... As flores têm um poder único: encantar seus apreciadores. Lembro-me de quando era pequena, durante as agradáveis tardes na casa de minha avó, quando eu ficava parada, quieta, na janela da sala, observando os vasos de antúrios e margaridas e o mini canteiro de rosas – uma mais linda que a outra, numa profusão de tonalidades: vermelha, rosa, amarela e branca. Minha mente vagava em toda aquela beleza e, ao inspirar o ar, um aroma gostoso envolvia minhas narinas. E assim eu ficava minutos, quase horas, tranqüila, imaginando como viviam e como se alimentavam esses seres aparentemente tão frágeis. Então minha avó surgia no quintal, munida de seu regador de lata prata, e despejava uma chuva fraca sobre as flores e as folhas. Vez ou outra, ela remexia a terra, para ficar fofa. Esse era o seu segredo de cultivo. E suas espécies permaneciam sempre lindas, verdinhas, como que sorrindo para quem as observasse. E eu, em silêncio, somente agradecia por poder ser uma de suas espectadoras.