Sinopse
Há cerca de nove anos, tive o privilégio de compor, durante 12 meses, a equipe de voluntários da AACD – Associação de Assistência à Criança Deficiente. Uma vez por semana ia à sede paulistana e passava algumas horas dentro de uma sala de aula, com alunos extremamente queridos, de cinco ou seis anos, e uma professora atenciosa e muito preparada, que se entregava de corpo e alma à profissão. Apesar de ser relativamente nova na época e de ter ouvido de muitas pessoas que eu veria muita tristeza nos dias em que estivesse lá, me surpreendi logo no primeiro dia de treinamento, ao notar que nada poderia ser mais gratificante e construtivo para mim do que poder conviver com aquelas crianças e vê-las aprenderem, se divertirem, receberem tratamentos adequados e, acima de tudo, se respeitarem e se aceitarem. E isso só foi confirmado por um dos vídeos a que assisti e em que ouvi uma declaração inesquecível. Era de uma menina que, se não me engano, tinha mielomeningocele e dizia, enquanto mexia em um computador, que não se arrependia de ter nascido com o problema. Para ser bem clara, aquela frase foi quase que um “tapa na minha cara”. Primeiro por perceber que, realmente, não tenho do que re...