A (re) Construção Do Território Camponês: Perspectivas, Limites E Contradições Da Reforma Agrária Brasileira
- Autor: Dorival Borelli Filho
- Editora: Editora Dialética
Sinopse
"A (Re) Construção do Território Camponês em Projetos de Assentamentos Rurais" procura demonstrar o caráter transformador dos movimentos sociais camponeses ao se territorializarem em projetos de assentamentos rurais ambientais diferenciados, introduzindo lógicas e práticas socioespaciais capazes de produzirem territórios e territorialidades diferenciados, transformações sociais e rupturas no embate com as lógicas e práticas socioespaciais engendradas pelo capital agroindustrial em projetos de assentamento convencionais. A partir dos dados coletados em pesquisa de campo, que ressoaram a "voz" aos sujeitos da reforma agrária, consideramos que as práticas socioespaciais expressam a dimensão territorial dos sujeitos e, portanto, as condições de afirmação e negação de sua trajetória histórica de classe (camponesa), produzindo espacialidades distintas/antagônicas. Os projetos de assentamento convencionais (PAs), com forte processo de monopolização territorial do capital, denotam práticas que transfiguram o ethos camponês ao fundar relações sociais e produtivas pela lógica da mercadoria, da renda da terra e de transformação ou da proeminência do valor de troca em detrimento ao valor de uso da terra. Por sua vez, os projetos de assentamento ambientalmente diferenciados (PDSs), com trajetórias ou práticas socioespaciais, nos remetem à dimensão central das formas de reprodução camponesa (modo de produção camponês), sem desconsiderar os limites de suas transformações, consolidam territórios camponeses, o que evidenciam relações sociais em que a mercadoria e o valor de troca não ocupam centralidade nas formas de vida. As expressões dos processos de resistência camponesa e de sua efetiva reprodução podem ser explicitadas a partir de elementos do território (relações de poder, normas, símbolos e identidade). Estes elementos são dimensões de vida construídas nos assentamentos rurais, com avanços e revezes segundo as formas de organização e luta, e que consolidam territórios diferenciados.