O Genocídio Racial No Brasil: Uma Análise Crítica Do Discurso Sobre Naturalizações Do Racismo
- Autor: Fernanda Pinheiro de Souza e Silva
- Editora: Editora Appris
Sinopse
O acesso à informação está cada dia mais intenso; pela internet, as pessoas estão podendo interagir como em nenhuma outra época, e dessa interação nascem vários debates sobre temas nunca antes discutidos em larga escala. Um desses temas é o que veremos aqui no livro: o racismo contemporâneo. Fernandes (2007) discorre sobre a situação marginal do negro hoje, afirmando que a destituição do escravo se processou no Brasil de forma tão dura, que ela representou a última espoliação sofrida, muito mais que uma dádiva ou uma oportunidade concreta. Segundo Frantz Fanon (2008), em Pele negra, máscaras brancas, o racismo não é mais que um elemento entre outros num conjunto mais vasto de opressão sistematizada de um povo. Trataremos aqui da questão da naturalização da democracia racial, que foi sustentada por anos com fins ideológicos e políticos. Vale dizer que os assuntos e descobertas trazidas vieram do resultado do doutorado da autora, ou seja, todas as informações são respaldadas cientificamente. O objetivo geral da pesquisa foi analisar naturalizações discursivas da democracia racial brasileira enquanto mecanismo de ratificação do racismo atual. Excursionamos pelo contexto histórico do mito da democracia racial brasileira; identificamos o posicionamento discursivo e ideológico de Gilberto Freyre no livro Casa-Grande & Senzala, relacionado à sua tese da democracia racial brasileira; reconstruímos os discursos midiáticos pela análise de notícias sobre o Caso Miguel (veja #justiçapormiguel); e verificamos o clamor popular nas hashtags do mesmo caso. Diante desse contexto em que o mito da democracia racial é discutido na sociedade, o que propomos como diferencial para os estudos relacionados às naturalizações dessa democracia é a exposição de um olhar vindo da Análise Crítica do Discurso (ACD), que pretende desvelar os fundamentos ideológicos do discurso, que se têm feito tão naturais ao longo do tempo, que começamos a tratá-los como comuns, aceitáveis e traços naturais do discurso.