Sinopse
“Inflação patrimonial” - afirma Nathalie Heinich1. Nas prescrições
e avaliações ao longo do século XX e XXI, a noção de
patrimônio cultural ganha extensões múltiplas nas negociações
de interesses diversos, nas querelas intelectuais, artísticas e políticas.
Extensões de ordem cronológica, topográfica, categorial e
conceitual revelam o que a autora chama - dialogando com Alois
Riegl2 – de “culto moderno do patrimônio”. O que importa guardar
para transmitir?
Lucieni Simão desenvolve, por um viés histórico e antropológico,
uma discussão estimulante neste livro permitindo uma reflexão
crítica sobre processos de patrimonialização e de produção
de singularidades culturais, especialmente as que concernem o
patrimônio imaterial no Brasil contemporâneo. Dialogando com
pesquisas afins contextualiza e especifica critérios e valores seletivos
do discurso patrimonial indicando como os debates antropológicos
foram estruturantes na definição de sentidos e propostas
metodológicas para o inventário e a proteção de bens culturais no
país, desde as décadas de 30 e 40.