Sinopse
Após a Segunda Guerra Mundial, a Unesco financiou uma série de pesquisas no Brasil a respeito das relações raciais no país. Tal iniciativa tinha como fulcro a crença de que o Brasil representava um cenário singular no tocante às relações raciais, onde os contatos entre brancos e negros tenderiam para a harmonização, visão que teria sido consagrada pelos trabalhos de Gilberto Freyre. A pedido do órgão mundial, foram realizadas pesquisas no Recife, em Salvador, no Rio de Janeiro e em São Paulo, este último um dos espaços que reservaria enorme riqueza de contrastes para o problema a ser enfrentado. A porção paulistana da pesquisa ficou a cargo de Roger Bastide e de seu pupilo Florestan Fernandes e resultaria no livro Relações Raciais entre Brancos e Negros em São Paulo, publicado pela Anhembi, em 1955. Anos mais tarde, o trabalho seria modificado e republicado com o título Brancos e Negros em São Paulo, pela Companhia Editora Nacional, em sua célebre Coleção Brasiliana. Brancos e Negros em São Paulo apresenta-se até os dias de hoje como um texto-chave para a compreensão dos meandros que constituíram as formas de discriminação racial no país. O estudo de Bastide e de Fernandes inova...