Podcast Mural Sonoro
- Autor: Vários
- Narrador: Vários
- Editora: Podcast
- Duração: 17:13:22
- Mais informações
Informações:
Sinopse
Um Podcast sobre mulheres na música, papéis, reportórios de luta e resistências...Autoria de Soraia SimõesIlustração de João PratasMúsica de Amélia Muge
Episódios
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Episódio 7
03/07/2024 Duração: 02h30minOs sons decidem para onde querem ir Toda a linguagem pode ser nociva, mesmo a que eventualmente achamos que não; exactamente por não nos ser possível viver a vida de outros, as apreensões de outros, o corpo de outros, o que palavras vãs a mais, provocam nos outros. Achar que as expressões verbais não carregam todas juízos, todas... sem excepção, é estar à parte do mundo senciente, donde da arte, donde da vida. Se estamos dentro da nossa vida (das nossas constelações) não é possível estar dentro a avaliá-la; se assim fosse, como o mundo é infinito e o nosso cérebro não o consegue cobrir na totalidade, todas as ideias, todos os estímulos, andaríamos sempre frustrados. O monólogo como forma "importantíssima" de crítica num mundo de estímulos e contrastes é o alibi perfeito de sociedades pândegas serventes a quem custa encarar o grande simulacro da sua concepção de inactualidade cultural. Em 1885, Friedrich Nietzsche perguntava no antelóquio de Jenseits von Gut und Böse: "Admitindo ser a verdade uma mulher, nã
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Episódio 6
23/04/2024 Duração: 03h08minComo reanimado no episódio anterior pela moça escrevente deste podcast, escorrendo diante de quem nos ouve tautologias nietzschianas que há muito a acompanham; se há, porventura, uma verdade mais líquida que as outras, a de que a vontade sustém uma orientação para o poder, parece ainda evidente. Prefigura-se na imagem ora eidética do universo artístico ora como uma captura momentânea de um pequeno lago transparente à procura de não se afundar nas massas pouco líquidas que cercam o fundo dos mares mais poluídos. O paroquialismo da televisão nos anos do fascismo, uma certa vertente pedagógico-propagandística da caixinha qualificada de 'mágica', fabricante das ilusões e soluções para quem a assistiu desde o primeiro momento e acompanhou a sua transição: dos jogos espelhados de uma cultura a preto-branco para o exercício pós-cultural e a cores, com todos os sentidos que não só a visão, num mundo que se vaticinava global e sem anzóis ou iscos homogéneos, foi transladada para as redacções dos jornais, e das reda
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Episódio 5
19/04/2024 Duração: 02h28minAs contradições da criação, nós e os outros, nós nos outros Não para assinalar a efeméride e o seu quinquagésimo aniversário, já que procuramos cumpri-la, apesar de todas as dificuldades sociais e culturais, ao longo dos anos, temos dois debates no Popol Bug. No primeiro voltamos a ter connosco o anarquista coroado, Elagabal Aurelius Keiser, daqui a umas semanas o jornalista-crítico Vítor Belanciano. A partir de um trecho fílmico do documentário Around the World With Orson Welles, do lettrisme e da poesia sonora, escolha da mulher escrevente deste podcast, lançamo-nos a um conjunto de assuntos que tem aumentado o volume e a tensão de nossas sensibilidades estéticas e pensantes. O movimento preconizado pelo romeno Isidore Isou, ajuda-nos a traçar e estraçoar avenidas de compreensão marcadas pela criação de intervalos rítmicos e sónicos, por rimas, aliterações e paralelismos, por assincronias e anfibologias nas relações das imagens e dos sons. Mas não só. Por via dos desvios de vanguardas que nos pre
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Episódio 4
28/03/2024 Duração: 02h18minEPISÓDIO 4 - POPOL BUG Salvar as Estruturas Humanas Conversas anartísticas sem guião pontuadas por histórias e músicas entre dois autores melómanos; às quais se juntam, algumas vezes, outros autores melómanos indiferentemente da disciplina artística em que laboram. Numa altura em que o humano se vai perdendo vagarosamente, ‘mas não é a cor que desmaia’ como escreveu Osvaldo Alcântara, pseudónimo poético de Baltazar Lopes da Silva; as cicatrizes da vida, o deboche e as religiosidades, as histórias do esclavagismo, da febre amarela, e das doenças venéreas estão neste episódio lado-a-lado com um corpo musical de raízes densas em crioulo, tão fortes que se afirma hoje parecendo ter um futuro auspicioso tendo em consideração o número de ouvintes; daí passamos para a Grande Depressão económica norte-americana e a prodigiosa Memphis Minnie que emerge como se de uma ‘pandemia ianque’, o rock’n’roll, se tratasse na União Soviética; ainda visitamos um planeta bastante colorido, satírico, e electrónico com nome de
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Episódio 3
15/03/2024 Duração: 02h24minEPISÓDIO 3 Outro Estado da Consciência Conversas anartísticas sem guião entre autores melómanos. Habitualmente com Bruno Peixe Dias e Soraia Simões de Andrade; desta vez o nosso micro plenário sonoro foi gravado no dia de eleições em Portugal a partir de três cidades: Bruxelas-Lisboa-Berlim, e contou com uma terceira voz, a de Elagabal Aurelius Keiser, nome de guerra. Alguns reconhecê-lo-ão pelos desenhos para capas de livros e cadernos (ou entre páginas), como os de António Barahona, de Sandra Andrade, de Soraia Simões de Andrade. Mas, isso é uma ínfima parte daquilo em que se tem envolvido; Keiser é também autor de um livro de desenhos, Mistérios da Castração de Urano, publicado pela Douda Correria há sete anos. No prelo está um segundo livro de desenhos do autor na colecção ثريا dos Cadernos AH! em papel; será, coincidentemente, o segundo desta compilação de sete. Na colecção digital de Cadernos AH! publicada no website Mural Sonoro trimestralmente poderão lê-lo (Caderno AH! nº1 intitulado A Prova do Vác
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Popol Bug 2
27/02/2024 Duração: 02h52mincom Bruno Peixe Dias e Soraia Simões de Andrade(Bruxelas-Lisboa) Conversas anartísticas sem guião entre dois melómanos, pontuadas por histórias e músicas Voltámos a perambular pelas estantes de discos e livros, harmonizando — entre intervalos, mistérios, realidade, biografias pessoais e fantasia —, a mesma perversão de códigos do primeiro programa, quer no que diz respeito à notação musical como a elementos linguísticos e sonoros. Os corpos trazidos à luz neste segundo episódio são de mulheres: autoras, compositoras e performers que desafiaram tradições penosas e lampejos de uma língua presa às bíblias e demais determinismos de fonte comum. Autoras que subverteram ou subvertem a tradição, o masculino, o feminino, as máquinas, até teomitias religiosas. Intérpretes que talharam raízes e lapidaram com fino esmero dispositivos tecnológicos, procurando ressignificar noções de presencialidade, erotismo, poder e identidades. Na orquestra polifónica de hoje convivem arranjos e disposições lexicais incomuns, sinfo
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Popolbug #1
18/02/2024 Duração: 01h32minPopol Bug com Bruno Peixe Dias e Soraia Simões de Andrade (Bruxelas-Lisboa) Conversas anartísticas sem guião entre dois melómanos, pontuadas por histórias e músicas Ouvir aqui: https://soundcloud.com/popolbug Não existe diferença sem mimese, nem nada que não o seja: diferente. É de letras e poemas musicados, de músicas sem os vocábulos do léxico, de sonidos ou vocalizações, das mais veladas às mais guturais, de editoras e de streaming, de canções — em locais emparedados e sem paredes — dialogistas em experiências distintas, ora como participantes delas ora como ouvintes remotos de matrizes sonoras maternais, e, por isso, não menos indisputáveis nos nossos percursos, que falamos — tentaremos pouco, que estamos cansados de nos ouvir – a premissa é voltar a escutar esses fonogramas, recuperar histórias tentando reproduzir o entusiasmo daquela primeira vez que fomos tocados pelos primeiros acordes de um disco ou os que não nos entraram nos tímpanos nem à lei da bala apesar de anos mais tarde não os conseguirm